Carnaval fortalece bens culturais e desenvolve a economia criativa das regiões
Fonte e foto: MINC
É tempo de Carnaval, festividade mais popular do Brasil. As ruas se enchem de cores, ritmos e alegria. Mais do que uma festa, o Carnaval é uma celebração enraizada de diversidade cultural.
“O Carnaval é popular, diverso e sinônimo de alegria. É a celebração da nossa cultura de ponta à ponta do nosso país, com suas várias formas de brincar e mostrar ao mundo o que temos de mais rico e único, que é a imensidão da nossa cultura”, celebra a ministra Margareth Menezes.
Além das famosas festas de rua, desfiles de escolas de samba, blocos e trios elétricos, o Carnaval é um momento de exaltar bens culturais registrados como patrimônio imaterial como o Frevo e o Maracatu. No Brasil, pouco mais de 52 deles foram registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e reconhecidos formalmente pelo Governo Federal como Patrimônio Cultural do Brasil.
Embora essas expressões culturais ganhem mais visibilidade durante o Carnaval pela mídia e pela própria dinâmica do festejo, elas acontecem o ano todo em suas respectivas comunidades e regiões.
Segundo Márcio Tavares, secretário-Executivo do Ministério da Cultura (MinC), as manifestações culturais projetadas no Carnaval enriquecem toda a identidade cultural brasileira. “São expressões de criatividade, resistência e diversidade que devem ser preservadas e valorizadas, pois representam a essência do nosso povo e a riqueza da nossa história”, comentou.
Conforme o Iphan, para uma manifestação ser considerada um patrimônio cultural imaterial, ela precisa “se difundir a partir das relações comunitárias, familiares e religiosas” e ter relação direta aos saberes antigos, celebrações e formas de expressão vinculados às práticas simbólicas, ritualísticas, artísticas, étnicas ou produtivas.
Por meio da autarquia, o MinC tem ações voltadas para salvaguardar a tradição carnavalesca. O Frevo, o Cavalo-Marinho, o Tambor de Crioula, o Caboclinho, o Maracatu Nação, o Maracatu de Baque Solto, as Matrizes do Samba e do Samba de Roda do Recôncavo Baiano são alguns dos bens culturais protegidos.
Economia criativa
Além de preservar essas tradições e celebrar a cultura, o Carnaval também se revela como oportunidade para a geração de emprego e renda para músicos, artistas, vendedores ambulantes e outras variedades de profissionais.
Conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os festejos devem alcançar um volume financeiro de R$ 9 bilhões, representando um aumento de 10% em comparação com 2023.
Seja na música popular ou nas ruas, garantindo o divertimento, alimentação e hidratação dos foliões, a festa popular abre portas. É o caso de Glênio da Silva, vendedor ambulante de Brasília que aproveita o festejo para trabalhar. “A gente vive disso e quanto mais tem evento e blocos de Carnaval, melhor pra gente. A melhor época do ano pra vender é o Carnaval.”
Já para Pablo Feitosa, produtor cultural e um dos diretores do bloco Suvaco da Asa (Brasília), o Carnaval é um verdadeiro motor econômico que movimenta diversos setores, desde a indústria criativa até o comércio e serviços. “O Carnaval engloba uma cadeia produtiva que vai desde alimentos, bebidas, figurinos, artistas, técnicos de som, assistentes de produção e outros profissionais. Por isso tão importante para o desenvolvimento econômico e social”, explicou.
Vitrine para artistas
Músicos e artistas encontram nos palcos e blocos de rua espaço para mostrar seus talentos e também se lançarem no mercado. Conforme a cantora de samba e música popular brasileira, Karla Sangaleti, o Carnaval também impulsiona a carreira de muitos artistas.
“O Carnaval é uma oportunidade daquele artista que não é muito conhecido se sobressair e ficar conhecido e ser contratado em outras oportunidades por causa do bom trabalho realizado no Carnaval”, disse Sangaleti.